TRECHOS DO LIVRO LUA NOVA - CAPÍTULO 02
"O silêncio estava me deixando louca.
- Diga alguma coisa. - eu finalmente implorei enquanto ele entrava na auto estrada.
- O que você quer que eu diga? - ele me perguntou com uma voz desinteressada.
Eu bajulei a imparcialidade dele. - Diga que me perdoa.
Isso trouxe uma pontada de vida para o rosto dele - uma pontada de raiva. - Perdoar você? Pelo que?
- Se eu tivesse sido mais cuidadosa, nada disso teria acontecido.
- Bella, você se cortou com papel, eu duvido que isso mereça uma pena de morte.
- Ainda assim é minha culpa.
Minhas palavras abriram a comporta.
- Sua culpa? Se você tivesse se cortado na casa de Mike Newton, com Jéssica e Angela e os seus outros amigos normais, o que poderia ter acontecido de tão horrível? Talvez eles não tivessem encontrado um curativo? Se você tivesse tropeçado e esbarrado numa pilha de pratos de vidro - sem que alguém tivesse te jogado em cima deles -
mesmo assim, o que seria tão ruim? Você derramar sangue no banco do carro enquanto eles te levavam pra o pronto socorro? Mike Newton poderia ter segurado a sua mão enquanto eles te davam os pontos - e ele não precisaria lutar contra a ânsia de te matar enquanto estivesse lá dentro. Não tente jogar isso pra cima de você, Bella. Isso só vai me deixar ainda mais enojado comigo mesmo.
- Como diabos Mike Newton veio parar nessa conversa? - eu quis saber.
- Mike Newton veio parar nessa conversa porque seria muito mais saudável pra você estar com Mike Newton. - ele rosnou.
- Eu preferia morrer do que ficar com Mike Newton. - eu protestei.
- Eu prefiro morrer do que ficar com uma pessoa que não seja você.
- Não seja melodramática, por favor.
- Tudo bem então, não seja ridículo."
"- Você vai ficar essa noite? - eu perguntei.
- Eu devia ir pra casa.
A última coisa que eu queria era que ele fosse embora sentindo remorso.
- Pelo meu aniversário. - eu pressionei.
- Você não pode ter as duas coisas - ou você quer que as pessoas ignorem seu aniversário ou não. Um ou outro.
A voz dele estava dura, mas não tão séria quanto antes. Eu dei um leve suspiro de alívio.
- Tudo bem, eu decidi que não quero que você ignore meu aniversário. Te vejo lá em cima.
Eu saí, e me inclinei pra dentro de novo pra pegar meus presentes. Ele fez uma careta.
- Você não tem que pegar isso.
- Eu quero eles. - eu respondi automaticamente, e depois imaginei se ele estaria usando psicologia reversa.
- Não quer não. Carlisle e Esme gastaram dinheiro com você.
- Eu vou sobreviver. - Eu enfiei os presentes de forma estranha embaixo do meu braço bom e bati a porta atrás de
mim. Ele estava fora da caminhonete e atrás de mim em menos de um segundo.
- Me deixe carregá-los, pelo menos. - ele disse enquanto os tirava de mim. - Eu estarei no seu quarto.
Eu sorri. - Obrigada.
- Feliz aniversário. - ele disse, e se inclinou pra tocar seus lábios nos meus.
Eu me inclinei na pontas dos pés pra fazer o beijo durar mais quando ele se afastou. Ele deu meu sorriso torto
favorito, e então desapareceu na escuridão."
"Ele estava sentado no centro da minha cama, brincando a toa com uma das caixas prateadas.
- Oi. - ele disse. Sua voz estava triste. Ele estava se remexendo.
Eu fui para a cama, puxei os presentes das mãos dele, e me arrastei para o colo dele.
- Oi. - eu ronronei no seu peito de pedra. - Posso abrir meus presentes agora?
- De onde foi que veio todo esse entusiasmo? - ele se perguntou.
- Você me deixou curiosa."
"Dentro da caixa havia um longo papel grosso com um monte de palavras impressas. Levou-me um minuto pra entender as informações que elas passavam.
- Nós vamos pra Jacksonville? - e eu estava excitada, a despeito de mim mesma. Era um comprovante de passagens de avião, pra mim e pra Edward.
- Essa é a idéia.
- Eu não posso acreditar. Renée vai enlouquecer! Contudo, você não se importa, não é? Lá faz sol, você terá que ficar em casa o dia inteiro.
- Eu acho que posso agüentar. - ele disse, e então fez uma careta.
- Se eu soubesse que você responderia tão apropriadamente ao presente, eu teria feito você abrir na frente de Esme e Carlisle. Eu pensei que você fosse reclamar.
- Bem, é claro que isso é demais. Mas eu vou levar você comigo!
Ele gargalhou. - Agora eu queria ter gasto mais dinheiro no seu presente. Eu não sabia que você era capaz de ser razoável."
"Ele me devolveu uma caixa de Cd transparente, com só um Cd prateado dentro.
- O que é? - eu perguntei, perplexa.
Ele não disse nada; ele pegou o CD e se curvou por trás de mim pra colocá-lo no Cd player na mesa do lado da minha cama. Ele apertou Play, e nós esperamos em silêncio. E então a música começou.
Eu escutei, sem palavras, com os olhos esbugalhados. Eu sabia que ele estava esperando pela minha reação, mas eu não consegui falar nada.
As lágrimas começaram a aparecer, e eu tentei limpá-las antes que elas começassem a rolar.
- Seu braço está doendo? - ele perguntou ansiosamente.
- Não, não é o meu braço. É lindo, Edward. Você não poderia ter me dado uma coisa que eu amasse mais. Eu não consigo acreditar. - Eu calei a boca pra poder ouvir.
Era a música dele, suas composições. A primeira faixa do Cd era a minha canção de ninar."
"- Lembra de quando eu decidi que queria que você não ignorasse meu aniversário? - eu perguntei rapidamente, esperando que não ficasse claro demais que eu que eu estava tentando distraí-lo.
- Sim. - ele concordou, cautelosamente.
- Bem, eu estava pensando, que já que é meu aniversário, você poderia me beijar de novo.
- Você está muito gananciosa hoje."
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